Se os indivíduos precisam mudar, o contexto no qual eles vivem também precisa mudar ou vice-versa. Sendo assim, a unidade de tratamento passa a não ser mais a pessoa e sim o conjunto dos relacionamentos no qual a pessoa está imersa. A família e o paciente estão interligados entre si, envolvidos em um processo contínuo e recíproco de causa e efeito.
O conflito familiar mostra-se decorrente de distúrbios funcionais no sistema relacional familiar. As causas aparecem no decorrer da vida em família, como acidentes ou doenças que afetam a autonomia e qualidade de vida do indivíduo. Diante de uma nova realidade que exige atendimento domiciliar do paciente, na maioria das vezes, a família passa a viver um luto pela perda do que existia e ter dificuldades em lidar com o desconhecido. Relutando em aceitar que as mudanças podem não ser passageiras e sim definitivas, a crise na adaptação pode vir à tona em acontecimentos recentes ou não.
Em situações de crise, por exemplo, a doença de um dos membros da família, um dos objetivos do psicólogo é o de ajudar a família a recompor o equilíbrio perdido em função do impacto causado por um acontecimento doloroso, pois a sobrecarga nos cuidados por vezes é grande e recai quase sempre em um indivíduo nomeado pela família para ser o cuidador, mesmo que este não apresente as melhores condições psicológicas para arcar com tamanha responsabilidade. Escolha, muitas vezes, feita por conveniência da família. Os familiares podem se sentir frustrados, culpados, impotentes e angustiados com uma doença na família, mesmo que tal condição não faça o menor sentido, racionalmente.
Inicialmente, o psicólogo visa a fase diagnóstica, a definição da situação-problema familiar. O relato pode acontecer através da equipe de saúde, onde são apontadas situações adaptativas que estão causando transtornos no processo de atendimento, situação essa a ser trabalhada terapêutica ou educativamente. Em seguida, o psicólogo procura compreender os conflitos existentes que estão por trás da situação-problema familiar de origem, que muitas vezes reflete na resistência do(s) membro(s) familiar(es) no exercício de seus papéis, a fim de contribuírem para a melhor qualidade de vida do paciente, em um conjunto de atividades interdisciplinares, realizadas pela equipe de saúde que promove a assistência domiciliar, tais como: nutricionistas, fisioterapeutas, além dos psicólogos.
O enfoque sendo familiar, portanto tem como local de atendimento a própria residência da família, porém dificilmente todos se dispõem a participar em conjunto. Estando em sua própria casa, a família, sentindo-se mais segura e confiante, age com maior espontaneidade. Na casa, família recorre a todos os elementos nela existentes, humanos ou materiais para expressarem suas angústias, ambivalências e resistências. Traz ainda a vantagem de incluir aos poucos os membros inicialmente mais resistentes ao contato com o psicólogo que pode ajudar nas dúvidas em como agir com o paciente, por exemplo na mudança de humor constante ou colaborar no processo com a equipe de saúde.
A “solução” para uma família no atendimento psicológico domiciliar, não acontece de imediato, apesar da possibilidade haver orientações em caráter de urgência, e não há respostas prontas universais. Cada caso é um caso e exige a criação de novas respostas, pautadas pelas ciência, cuja adequação ou inadequação está na dependência das relações ou recursos que estão ao alcance do indivíduo, por exemplo familiares e amigos. Além da capacidade em lidar com o sofrimento e frustração.
É necessário trabalhar com a crise, mas também com a prevenção de novas crises na estrutura familiar para evitar a perda da adaptação e tornar a situação-problema familiar em oportunidade de crescimento. O enfoque familiar propiciaria, através da união e integração das partes cindidas do grupo familiar, a melhora e fortalecimento de sua eficácia adaptativa.
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