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Especialização na USP. Psicóloga Premiada. Experiência na área Clínica em Terapia Comportamental e em Pesquisa Científica em Psicologia. * Premiada em 1º lugar (2015) em Pesquisa Científica "Fibromialgia associada à Depressão" – UNG - * Premiada em 1º lugar (2014) em Pesquisa Científica "Qualidade de Vida na Terceira Idade" – CNPq.

26 março 2016

Atendimento Psicológico - A Família como Paciente


O atendimento psicológico domiciliar e a família como paciente.

Se os indivíduos precisam mudar, o contexto no qual eles vivem também precisa mudar ou vice-versa. Sendo assim, a unidade de tratamento passa a não ser mais a pessoa e sim o conjunto dos relacionamentos no qual a pessoa está imersa. A família e o paciente estão interligados entre si, envolvidos em um processo contínuo e recíproco de causa e efeito.

O conflito familiar mostra-se decorrente de distúrbios funcionais no sistema relacional familiar. As causas aparecem no decorrer da vida em família, como acidentes ou doenças que afetam a autonomia e qualidade de vida do indivíduo. Diante de uma nova realidade que exige atendimento domiciliar do paciente, na maioria das vezes, a família passa a viver um luto pela perda do que existia e ter dificuldades em lidar com o desconhecido. Relutando em aceitar que as mudanças podem não ser passageiras e sim definitivas, a crise na adaptação pode vir à tona em acontecimentos recentes ou não.

Em situações de crise, por exemplo, a doença de um dos membros da família, um dos objetivos do psicólogo é o de ajudar a família a recompor o equilíbrio perdido em função do impacto causado por um acontecimento doloroso, pois a sobrecarga nos cuidados por vezes é grande e recai quase sempre em um indivíduo nomeado pela família para ser o cuidador, mesmo que este não apresente as melhores condições psicológicas para arcar com tamanha responsabilidade. Escolha, muitas vezes, feita por conveniência da família. Os familiares podem se sentir frustrados, culpados, impotentes e angustiados com uma doença na família, mesmo que tal condição não faça o menor sentido, racionalmente.

Inicialmente, o psicólogo visa a fase diagnóstica, a definição da situação-problema familiar. O relato pode acontecer através da equipe de saúde, onde são apontadas situações adaptativas que estão causando transtornos no processo de atendimento, situação essa a ser trabalhada terapêutica ou educativamente. Em seguida, o psicólogo procura compreender os conflitos existentes que estão por trás da situação-problema familiar de origem, que muitas vezes reflete na resistência do(s) membro(s) familiar(es) no exercício de seus papéis, a fim de contribuírem para a melhor qualidade de vida do paciente, em um conjunto de atividades interdisciplinares, realizadas pela equipe de saúde que promove a assistência domiciliar, tais como: nutricionistas, fisioterapeutas, além dos psicólogos.

O enfoque sendo familiar, portanto tem como local de atendimento a própria residência da família, porém dificilmente todos se dispõem a participar em conjunto. Estando em sua própria casa, a família, sentindo-se mais segura e confiante, age com maior espontaneidade. Na casa, família recorre a todos os elementos nela existentes, humanos ou materiais para expressarem suas angústias, ambivalências e resistências. Traz ainda a vantagem de incluir aos poucos os membros inicialmente mais resistentes ao contato com o psicólogo que pode ajudar nas dúvidas em como agir com o paciente, por exemplo na mudança de humor constante ou colaborar no processo com a equipe de saúde.

A “solução” para uma família no atendimento psicológico domiciliar, não acontece de imediato, apesar da possibilidade haver orientações em caráter de urgência, e não há respostas prontas universais. Cada caso é um caso e exige a criação de novas respostas, pautadas pelas ciência, cuja adequação ou inadequação está na dependência das relações ou recursos que estão ao alcance do indivíduo, por exemplo familiares e amigos. Além da capacidade em lidar com o sofrimento e frustração. 

É necessário trabalhar com a crise, mas também com a prevenção de novas crises na estrutura familiar para evitar a perda da adaptação e tornar a situação-problema familiar em oportunidade de crescimento. O enfoque familiar propiciaria, através da união e integração das partes cindidas do grupo familiar, a melhora e fortalecimento de sua eficácia adaptativa.

Consultório de Psicologia - Centro - Guarulhos - SP
Atendimento: Infantil, Adolescente e Adulto.
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02 março 2016

Fibromialgia - Sintomas e Causas

Sintomas


O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Habitualmente, o paciente tem dificuldade de definir quando começou a dor, se ela começou de maneira localizada que depois se generalizou ou que já começou no corpo todo. O paciente sente mais dor no final do dia, mas pode haver também pela manhã. A dor é sentida “nos ossos” ou “na carne” ou ao redor das articulações. 
Existe uma maior sensibilidade ao toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados. Não há inchaço das articulações na FM, pois não há inflamação nas articulações. A sensação de inchaço pode aparecer pela contração da musculatura em resposta à dor.
A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. No início da década de 80, descobriu-se que pacientes com fibromialgia apresentam um defeito típico no sono – uma dificuldade de manter um sono profundo. O sono tende a ser superficial e/ou interrompido. 
Com o sono profundo interrompido, a qualidade de sono cai muito e a pessoa acorda cansada, mesmo que tenha dormido por um longo tempo – “acordo mais cansada do que eu deitei” e “parece que um caminhão passou sobre mim” são frases frequentemente usadas. Esta má qualidade do sono aumenta a fadiga, a contração muscular e a dor. 
Outros problemas no sono afetam os pacientes com fibromialgia. Alguns referem um desconforto grande nas pernas ao deitar na cama, com necessidade de esticá-las, mexê-las ou sair andando para aliviar este desconforto. Este problema é chamado Síndrome das Pernas Inquietas e possui tratamento específico. Outros apresentam a Síndrome da Apneia do Sono, e param de respirar durante a noite. Isto também causa uma queda na qualidade do sono e sonolência excessiva durante o dia.
A fadiga (cansaço) é outro sintoma comum na FM, e parece ir além ao causado somente pelo sono não reparador. Os pacientes apresentam baixa tolerância ao exercício, o que é um grande problema, já que a atividade física é um dos grandes tratamentos da FM.
A depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia. Isto quer dizer duas coisas: 1) a depressão é comum nestes pacientes e 2) nem todo paciente com fibromialgia tem depressão. Por muito tempo pensou-se que a fibromialgia era uma “depressão mascarada”. Hoje, sabemos que a dor da fibromialgia é real, e não se deve pensar que o paciente está “somatizando”, isto é, manifestando um problema psicológico através da dor.
Por outro lado, não se pode deixar a depressão de lado ao avaliar um paciente com fibromialgia. A depressão, por si só, piora o sono, aumenta a fadiga, diminui a disposição para o exercício e aumenta a sensibilidade do corpo. Ela deve ser detectada e devidamente tratada se estiver presente. 
Pacientes com FM queixam-se muito de alterações de memória e de atenção, e isso se deve mais ao fato da dor ser crônica do que a alguma lesão cerebral grave. Para o corpo, a dor é sempre um sintoma importante e o cérebro dedica energia lidando com esta dor e outras tarefas, como memória e atenção, ficam prejudicadas.
Como veremos a seguir, imagina-se que a principal causa dor difusa em pacientes com FM seja uma maior sensibilidade do paciente à dor, por uma ativação do sistema nervoso central. Não é de espantar, portanto, que outros estímulos também sejam amplificados e causem desconforto aos pacientes. A síndrome do intestino irritável, por exemplo, acontece em quase 60% dos pacientes com FM e caracteriza-se por dor abdominal e alteração do ritmo intestinal para mais ou para menos. Além disso, pacientes apresentam a bexiga mais sensível, sensações de amortecimentos em mãos e pés, dores de cabeça frequentes e maior sensibilidade a estímulos ambientais, como cheiros e barulhos fortes.

O que causa a Fibromialgia?


Não existe ainda uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas já temos algumas pistas porque as pessoas têm esta síndrome. Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.
A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecido.
O que não mais se discute é se a dor do paciente é real ou não. Hoje, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com FM realmente estão sentindo a dor que referem. Mas é uma dor diferente, onde não há lesão na periferia do corpo, e mesmo assim a pessoa sente dor. Toda dor é um alarme de incêndio no corpo – ela indica onde devemos ir para apagar o incêndio. Na fibromialgia é diferente – não há fogo nenhum, esse alarme dispara sem necessidade e precisa ser novamente “regulado”.
Esse melhor entendimento da FM indica que muitos sintomas como a alteração do sono e do humor, que eram considerados causadores da dor, na verdade são decorrentes da dor crônica e da ativação de um sistema de stress crônico. Entretanto, mesmo sem serem causadores, estes problemas aumentam a dor dos pacientes com FM, e devem também ser levados em consideração na hora do tratamento.
Autoria: Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles. Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Psicóloga Rubian Davis Evangelista - CRP 06/129359 
Atendimento no Centro de Guarulhos - SP 
Tel. (11) 99233-5617 Whatsapp

O que é Fibromialgia?

Definição de Fibromialgia


A síndrome da fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Junto com a dor, a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas.

A fibromialgia é um problema bastante comum, visto em pelo menos em 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia.
De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. Talvez os critérios utilizados hoje no diagnóstico da FM tendam a incluir mais mulheres. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas. 
Na reumatologia, são comumente usados critérios diagnósticos para se definir se o paciente tem uma doença reumática ou outra. Isto é importante especialmente quando se faz uma pesquisa, para se garantir que todos os pacientes apresentem o mesmo diagnóstico. Muitas vezes, entretanto, estes critérios são utilizados também na prática médica.

Os critérios de diagnóstico da fibromialgia são: 
a) dor por mais de três meses em todo o corpo e 
b) presença de pontos dolorosos na musculatura (11 pontos, de 18 que estão pré-estabelecidos). 

Deve-se salientar que muitas vezes, mesmo que os pacientes não apresentem todos os pontos, o diagnóstico de FM é feito e o tratamento iniciado.
Estes critérios são alvo de inúmeras críticas – como dissemos anteriormente, quanto mais pontos se exigem, mais mulheres e menos homens recebem o diagnóstico. Além disso, esses critérios não avaliam sintomas importantes na FM, como a alteração do sono e fadiga.
Provavelmente o médico pedirá alguns exames de sangue, não para comprovar a fibromialgia, mas para afastar outros problemas que possam simular esta síndrome. O DIAGNÓSTICO DE FIBROMIALGIA É CLÍNICO, NÃO HAVENDO EXAMES QUE O COMPROVEM.
Autoria: Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Fonte da imagem: http://image.slidesharecdn.com/eutenhofibromialgia-141024094814-conversion-gate01/95/eu-tenho-fibromialgia-4-638.jpg?cb=1455203607

Psicóloga Rubian Davis Evangelista - CRP 06/129359 
Atendimento em Fibromialgia no Centro de Guarulhos - SP 
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